O que o Futuro reserva para o Propósito no trabalho?

Como você pode encontrar propósito no trabalho e ajudar os colaboradores a fazerem o mesmo? Neste artigo, olharemos para como encontrar o propósito no trabalho e como sair de um modelo de “employee experience” para “Human Experience”.
Experiência do colaborador para Experiência Humana – porque isso é importante?
O termo “experiência do colaborador” é um derivado da “experiência do cliente”. A  metodologia da experiência do cliente nada mais é do que colocar o consumidor no centro da empresa e então aumentar os níveis de satisfação dessas pessoas por meio da melhora do serviço/produto oferecido. Para que isso aconteça, é necessário levar em consideração a perspectiva do cliente e em como ele experiencia as coisas.
Como é possível imaginar, enquanto a “experiência do cliente” coloca o cliente no centro, a “experiência do colaborador” coloca o colaborador no centro da empresa em que ele trabalha. Empresas que seguem essa filosofia zelam e cuidam para que seus funcionários tenham a melhor experiência possível durante o trabalho, melhorando, inclusive, a repercussão e reputação da empresa como marca empregadora.
Agora, quando falamos de “Human Experience”, traduzindo, experiência humana, é quando a empresa passa a olhar para a pessoa em si, independente do contexto. Colocando o ser humano, seja ele quem for, no centro de sua empresa, as pessoas passam a ser o foco das estratégias de marketing e criação de valor para a empresa. Não importa se é o consumidor, o público-alvo, o colaborador – o foco está em qualquer pessoa que se relaciona e se conecta com a marca.
Diante desse contexto e cenário, as empresas entendem que seus produtos e serviços são apenas elementos presentes na vida das pessoas e que cada ser humano simplesmente vive – e não só consome ou usa seus serviços e produtos. A Delloite Auditoria e Consultoria Empresarial apresentou uma fórmula que sintetiza bastante a questão da “Experiência Humana”.
Essa fórmula envolve tanto a experiência do cliente quanto a do colaborador, além da experiência de parceiros. Ainda de acordo com seu resultado, as organizações que criam experiências humanas para clientes, parceiros e colaboradores tendem a crescer mais rápido e criar relações mais fortes e leais à marca.
São empresas que, ao olharem para o ser humano, conseguem agregar e entregar muito mais valor ao mercado e comunidade ao seu entorno. Ao melhorar a vida das pessoas, sejam elas clientes, colaboradores, parceiros e qualquer outro stakeholder, elas conseguem se conectar de maneira mais profunda com essas pessoas.
Criando experiências positivas diante de uma relação sólida, as empresas/marcas conseguem fazer com que as pessoas se sintam bem, preenchidas e felizes ao se relacionarem com algo que reflete seus valores e propósitos.
Diante desta perspectiva, os fundamentos que são priorizados e valorizados nas empresas são: propósito, empatia, autenticidade e reciprocidade.
Quando olhamos para o propósito no trabalho e o que o futuro pode nos trazer, vale ter em mente que para trabalhar no futuro, é preciso trabalhar com o futuro. E trazer essa responsabilidade para si pode implicar em profissionalmente trabalhar em um projeto no qual a pessoa possa se envolver com pessoas de grupos diversos, sejam empreendedores, inventores e companhias que estão construindo algo para melhorar a vida de centenas e até milhares de pessoas. Então, para trabalhar no futuro, é preciso que o presente seja formado por um lugar em que as pessoas tenham a oportunidade – e o privilégio – de ajudar a moldar mindsets e heartsets e construir novas coisas do ponto de vista das pessoas e da cultura.
Trazendo de forma mais prática, diversos fatores devem ser considerados no ambiente de trabalho: as decisões que são tomadas hoje, as pessoas que são escolhidas para comporem o quadro de colaboradores de uma empresa, pessoas escolhidas para participarem de reuniões e projetos, como essas pessoas questionam ou não o status quo, como elas fazem para saber se algo é ou não suficiente.
É preciso que o time de RH se questione: “criamos uma oportunidade para as pessoas terem acesso a esse tipo de pensamento?”. Mas isso precisa ser feito de forma equilibrada, certificando-se de que a missão e o propósito da empresa em que estão inseridos também estejam sendo considerados.
Também é de responsabilidade dos líderes, especialmente diretores de pessoas ou responsáveis pela cultura da organização, ou qualquer pessoa que esteja liderando talentos e/ou ajudando a moldar a forma como a empresa vai liderar e desenvolver pessoas, entender que o colaborador que está entrando na empresa  é uma pessoa com uma história que provavelmente não é contada ou não dita.
Ao olharmos para a cultura, trata-se de tudo o que acabamos de trazer: a humanidade, a experiência humana, o talento. Como isso funciona? Como você realmente conecta esses pontos e carreiras com o quê? Quais são as maneiras pelas quais isso se torna um canal para qualquer que seja o próximo passo para a outra pessoa?
Pensemos em como as carreiras mudaram ao passar dos anos. Antes, só existia a carreira linear, agora, existem infinitas possibilidades. Até mesmo a aposentadoria e seu formato já são alvos de atenção. A popularidade dos planos de carreira não lineares só cresce. Se antes uma pessoa gostaria de ser “analista sênior”, “diretor sênior” etc., este era o caminho mais seguro para ser seguido, senão o único. Agora, toda essa questão debatida neste texto se tornou parte do pano de fundo de como as pessoas ascendem em suas carreiras. A não linearidade faz com que uma pessoa possa dar saltos em sua carreira, mudando para outros tipos de carreiras, em diversas áreas e empresas.
Ao olharmos para o propósito em si, é preciso ter em mente que não são apenas as pessoas jovens que estão em busca dele. Deve-se pensar também nas organizações jovens e nas startups em estágio inicial. Assim como as pessoas, as empresas, às vezes, também vão mudar por descobrirem o seu propósito de forma muito diferente daquilo que pensavam e, então, criam novos produtos e novas formas nas quais dão sua contribuição única para o mundo, sabendo que o propósito é algo que será continuamente moldado.

A realidade é que as coisas estão mudando o tempo todo e nosso olhar, como profissionais de pessoas, realmente deveria estar na capacidade que o outro tem de aprender algo. Valorizar o impacto que geramos ao ajudar os colaboradores a trazerem suas perspectivas únicas para a mesa. Sabendo que, sim, é possível encontrar propósito no trabalho e conceber ambientes organizacionais mais acessíveis, inclusivos e diversos, mas tudo isso exige que mudemos.

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